terça-feira, 2 de novembro de 2010

A vitória de Dilma e a hipocrisia dos derrotados!

0Fim das eleições. Deu um resultado, pelo menos pra mim, esperado. Ora, é mais que provável que um Presidente com mais de 80% de aprovação faça sua sucessora. Tanto aqui quanto em qualquer lugar do mundo. Aqui mesmo, em Alagoas, Téo tem 75% de aprovação. Normal que seria reeleito, como realmente foi. Era de se estranhar se Lula, no alto de sua popularidade, não fizesse seu sucessor, fosse ele quem fosse. Foi Dilma. Pronto.
O que mais me choca, neste momento, é ver os argumentos (tucano). E o pior, o preconceito que se materializa nas mais diversas formas. Bastou assistir a GloboNews, logo após a divulgação do resultado, para ver a expressão de decepção que se encontravam, especialmente, Willian Wack e Merval Pereira. O preconceito contra a mulher, quer seja expressa no machismo ou até mesmo por outra mulher, foi jogado de forma simplória sobre a discussão, revelando os verdadeiros homens por trás das notícias.
Augusto Nunes, a quem considero um bom jornalista, e quem vai arrebanhando um bom número de fãs aqui em Maceió, escreveu um texto para o site da Veja no qual joga aos ventos toda a sua "visão de Brasil". Chegou, o ilustre jornalista, a escrever: "A dupla Lula-Dilma venceu na metade superior do mapa. Foi derrotada na outra — e perdeu feio nas regiões especialmente desenvolvidas". Além de mentirosa a afirmação é preconceituosa. É simples!. Pegue o mapa da eleição, retire o Norte e o Nordeste do País e veja quem seria eleito. Isto mesmo: DILMA. Mesmo sem "a metade superior do mapa" Dilma venceria. E mais: Dilma venceu ainda na Região Sudeste, que não fica na "metade de cima" do mapa. E mais: Dilma emplacou quase 2 milhões de votos a mais em MG, estado governado pelo TUCANO Aécio Neves. E mais: Dilma não perdeu feio em região alguma. Ganhou no Norte, Nordeste e Sudeste. No Centro-Oeste Serra ganhou por pouco mais de 100 mil votos. E no Sul, a vitória tucana foi pouco mais de 1 milhão de votos, menos de 7% do eleitorado. Esqueceu o Jornalista que, em termos percentuais, a maior vitória de Serra foi em Roraima, 66% dos votos válidos. Roraima fica em região "desenvolvida"?
E ainda que Dilma tivesse vencido apenas com a maioria obtida no Nordeste, a legitimidade seria a mesma. Talvez os sulistas não saibam, mais todos depositamos um voto nas urnas, sejamos desenvolvidos ou não. Nordestino também é brasileiro. Bem vindos a democracia!
Não satisfeito, o citado jornalista soma os votos nulos e brancos e afirma que estes disseram não a Lula. Meia verdade. Realmente, os que se abstiveram, anularam ou "embranqueceram" seus votos disseram "não" a Lula, mas também disseram não ao projeto oposicionista representado por Serra. Entre abstenção, nulos e brancos perderam TODOS.
A discussão que deveria ser feita e que não se faz, resumindo-a a simples clichês, é porque Lula reina soberano no Nordeste do País, onde sua candidata obteve 10 milhões de votos a mais que o José Serra? O pior é que, mesmo que se fizesse, os preconceitos voltariam a tona. Cairíamos, necessariamente, na discussão do Bolsa Família (Vale Esmola para alguns abastados). Só que a resposta é mais profunda. Lula reina no Nordeste porque é o primeiro presidente a olhar para esta região com olhos de igualdade. No governo Lula mais de 23 milhões de pessoas saíram da pobreza absoluta, a grande maioria Nordestina. O Nordeste vive um nível de desenvolvimento nunca vista em sua história. Bahia, Ceará e Pernambuco crescem a ritmo da China. Não é por menos que neste três estados estejam os maiores índices de votação para Dilma. Ou acham que votaríamos em candidatos que determinaram ao Nordeste 500 anos de exclusão. Ou se esquecem da política café com leite, que desenvolveu os desenvolvidos e excluiu os excluídos.
Vociferem, bradem e aproveitem para chupar dedo, pois é o que restou. Oposição faz bem. Sejam oposição e acostumem com tal, pois aí vão ficar por muito tempo. Lugar de elite agora é na oposição.

2 comentários:

Bruno Catolino disse...

Otimo texto,digna visão da cenário nacional pós eleições...
Parabens pelo artigo.

Bruno Catolino disse...

Parabéns pelo artigo!