Agora mesmo vou mudar de assunto. Vou falar sobre uma paixão recente e a qual dedico uma boa parte do meu tempo: o vinho.
Confesso que ainda sou amador. Bem amador. Mas tornou-se uma paixão.
O estopim veio quando minha esposa, Ana Amália, me deu de presente uma adega climatizada. Pronto. A partir daí poderia ter meus próprios vinhos armazenados de forma correta em casa.
Após, comprei livros e até cursos já fiz. Adoro.
Assim, no sábado, via twitter, meu amigo Saulo mandou-me uma foto de um vinho perguntando se eu o conhecia. Afirmei que não. Em seguida, disse, o amigo, que o maitre do restaurante o havia informado que se tratava de um vinho da uva toscana.
Toscana???? – Pensei eu.
Pra mim, Toscana é uma região produtora.
Afirmou o amigo que no rótulo não tinha a descrição da variedade de uva.
Antes, é comum encontramos vinhos produzidos no velho mundo que não apresenta o tipo de uva que produziu o vinho. Daí, importante saber as características de cada região, para nos aproximarmos do sabor do vinho.
A legislação francesa, inclusive, proíbe incluir no rótulo o nome da variedade de uva, a menos que o produtor obtenha uma autorização especial. Em algumas áreas, se os produtores decidirem utilizar nos rótulos os nomes da variedade de uva, perde o direito de usar qualquer denominação.
Fiquei com a dúvida. Resolvi escrever este post.
Vamos à Itália, possível origem do vinho oferecido ao amigo Saulo, para resolvermos o mistério.
Na Itália a ingestão de vinhos é algo tradicionalíssimo. Lá, qualquer pedaço de terra produz vinho. Estima-se que existam mais de 900 mil vinhedos espalhados pelas vinte regiões da Itália, com mais de mil, isso mesmo, mil, variedades de uva documentadas.
Daí, já seria, pra mim, praticamente impossível falar que não exista uma variedade de uva chamada toscana.
Observa-se que vários desses vinhos não representam muita importância. Existem até mesmo aqueles que são destinados apenas as aldeias em que são produzidos.
Os vinhos italianos conhecidos provêm de poucas áreas importantes, como o Piemonte, a Lombardia, a Sardenha e a Toscana (olha a Toscana aí).
Vamos a Toscana!
Localizada na região central da Itália, a Toscana tem como capital Florença. Estende-se desde o mar Tirreno, a oeste, até as montanhas baixas, a leste. É a quinta maior região da Itália. Foi lá o berço do Renascimento. Lá o vinho está estreitamente ligado a arte e religião. Território serpenteado, a região tem aproximadamente 68% de colinas. A escassez de terras planas nos afirma que os vinhedos estão em algum tipo de encosta.
O clima é quente. As noites são frescas, o que ajuda a preservar a acidez natural das uvas.
A Toscana é o local de origem de alguns vinhos mais importantes da Itália como o brunelo di Montalcino. Nunca tomei, mas ainda vou. Está na lista.
A mais importante uva tinta usada é a sangiovese. É usada em todos os vinhos importantes da região. É uma uva exigente. Não amadurece com facilidade nem uniformidade. Apenas para ressaltar que cachos com amadurecimento desigual podem resultar em vinhos magros e desiquilibrados.
Além da sangiovese, a Toscana também tem ótimas uvas cabernet sauvignon, merlot e canaiolo.
Com isto, creio, sinceramente, que o maitre do ótimo restaurante Maria Antonieta tenha se equivocado. Trocou região por variedade. Erro grave. Mas, acontece. Faz parte.
Em breve irei ao restaurante tirar a prova e verificar se o citado vinho vale a discussão
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