Em um semanário local, desta semana, me deparei com um artigo que trata da violência urbana. Este tema me interessa, e muito, e começei a lê-lo. Escrito por uma pessoa com conhecimentos na área jurídica e, certamente, social, o artigo tem um bom início ao relatar a morte de turista na Ponta Verde. A partir daí caímos no mesmo turbilhão de chavões que estamos acostumados a ouvir e que, se fossem aplicados, em nada resolveria o citado problema.
O autor passa a reclamar da falta de resultados obtidos pela atual cúpula de segurança pública, afirmando que não existem resultados satisfatórios chegando, inclusive, a pedir sua demissão. Critica ainda o estatuto do desarmamento, por entender que este teve por condão desarmar a população e aumentar vontade criminosa dos meliantes.
O grande problema é que o autor dá a entender que a esperança para a segurança pública é a troca do secretário de defesa social assim como armar a população para que esta possa se defender.
Nada mais equivocado. O problema da violência urbana aqui em Maceió e em qualquer lugar não se resolve armando a população ou trocando os comandos responsáveis. O combate a violência se faz na reestruturação do atual tecido social. Combatendo a formação de indivíduos que possam praticar crimes pela total desasistência estatal e social. Como querer um abraço de quem não sabe o que é isso?
É preciso atuação do Estado, não apenas na periferia, como também em todos os níveis sociais. Ou apenas pobres praticam crimes? É preciso que uma pessoa ao acordar tenha noção do seu papel na sociedade.
Acreditar que a redução da maioridade penal, aumento das penas para crimes de maior repulsa social reduz criminalidade é acreditar em nada. Veja o exemplo dos crimes hediondos. Aumentou-se a pena, e….. aumentou-se a prática do crime. A repressão não tem o papel de diminuir a criminalidade. Se esta fórmula for utilizada apenas “entupiremos” ainda mais o nosso já falido sistema penitenciário. Não que a repressão não tenha seu papel. porém por si só não resolve nada.
Certa vez li um outro artigo que não pautava pela superficialidade, que, em resumo, afirmava o seguinte: A violência está elevada porque a sociedade está falida. A sociedade está falida porque as instituições estão falidas. As instituições estão falidas porque as pessoas estão falidas. As pessoas estão falidas porque a família está falida, e a família é o primeiro e mais importante meio de controle social.
Pensemos nisso. A questão da violência pública é muito mais grave e profunda e requer medidas estruturais e não apenas a troca de secretários e armando as pessoas, que pode nos levar de volta a idade das pedras.
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