segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A crítica pela crítica

Nos ultimos dias venho me dedicando muito mais a ler do que a escrever. Em decorrência do processo de conclusão de curso, a leitura vem sendo mais que suficente para preencher meu espaço temporal destinado aos estudos. Até mesmo para distrair, venho buscando novas leituras, novos autores e, nestes casos, nada melhor do que a busca por blogs interessantes, ainda que distante de minha tese.
Nesta busca, deparei-me com muitos blogs interessantes, em especial alguns alagoanos. Existe muita qualidade nos blogs locais, o que me deixa muito lisonjeado e feliz. Sem dúvida, não devemos em nada para os blogueiros de outros Estados da Federação.
Entretanto, existem alguns outros que, a prima facie, se mostram interessantes, mas que o tempo encarrega de reduzí-lo a uma superficialidade gritante.
Nestes, é muito comum a presença de textos críticos, independente do assunto abordado. Futebol, política, alterações legislativas etc.
Ocorre que a prática apenas da crítica, ainda que verdadeira e construttiva, é uma atividade que apresenta o fim em si próprio. Critica-se, critica-se e...... nada. Nenhuma palavra a acrescer. Em resumo, é mais ou menos assim:
- Isso está errado. Deve-se mudar.
- Mudar para onde?
- Não sei. Só sei que deve mudar.

Com intuito de aparentar uma suposta intelectualidade,  usa-se um vocabulário rebuscado, estilo Rolando Lero, mais sem qualquer profundidade. A crítica surge do senso comum e no senso comum morre. Não que eu seja contra a crítica. Em absoluto. Acredito em seu potencial. Agora, viver de críticas sem qualquer contribuição com a construção é uma situação que não nos leva a nenhum processo de evolução social. Viver criticando tudo e a todos, apenas movido pela vontade da destruição é muito pequeno e sorrateiro.
Até penso que a crítica pela crítica rasteira seja um belo local para esconder as limitacões intelectuais, vez que não se precisa pensar, criar, produzir. Apareço como "crítico" e como "crítico" sobrevivo. E o personagem ganha corpo justamente com a utilização de vocábulos incomuns. Uma pena.
Como não vou cair no erro aqui criticado, fica a dica: critique, mas ao final apresente suas sugestões de como deve ser tratado o objeto da crítica, para que possa se obter um resultado melhor que o criticado. Será que estou pedindo demais?




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