segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Senador, o bafometro, a igualdade e a mansidão


Na madrugada de domingo, o Senador Aécio Neves foi parado em uma blitz policial e teve sua carteira de motorista apreendida. Motivo: estava a habilitação do Senador vencida. E mais. O Parlamentar recusou-se a fazer o famoso teste do bafômetro. Sua assessoria explica que a recusa se deu pelo fato de que o Senador não poderia dirigir mais, então de nada adiantaria.
Ora, se o Senador estava dirigindo, teve sua carteira apreendida a recusa do bafômetro não se justifica. O fato dele estar dirigindo no momento da blitz já justifica por si só o teste do bafômetro. A intenção principal do teste não é impedir que o motorista dirija com níveis elevados de álcool no sangue, mas impedir que continuem dirigindo. Se fosse medida preventiva, as blitz deveriam ser feitas em estacionamentos e não em vias públicas.
No plano jurídico, reconheço e defendo o direito de o Senador não produzir provas contra si mesmo. É direito individual. Está na Constituição. Ocorre que esse direito não perpassa apenas a pessoa do Senador. TODOS temos o mesmo direito. Ocorre que muitos motoristas estão sendo denunciados pelo crime previsto no art. 306 do CTb, justamente pelo uso desse direito. O Senador será? Esperemos....
No plano político, a omissão, ou a mansidão de alguns críticos me chama a atenção. Reinaldo Azevedo, que urge ferozmente contra o Governo, foi manso como um gatinho. No seu texto faltou vir as gotas de lágrimas que escorria de seu rosto no momento em que escrevia. Cortou na própria carne? Está ferindo Código de Ética criticando um “parceiro”?.... A questão é que no caso, de simplicidade ímpar, não tem como manipular informações. Aí sua capacidade crítica cai por terra. Fica, apenas, a dúvida ou a certeza por trás das palavras.

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