quarta-feira, 23 de março de 2011

A impunidade e a unanimidade do discurso

Recentemente, o amigo Sérgio Coutinho, em seu ótimo blog, escreveu um post com o seguinte título: O discurso pelo discurso pelo discurso. Em síntese, trata o post da importância que ressaltamos na retórica sem a vincularmos, necessariamente, a materialidade do discurso. Perfeito. Vivemos a época dos brados revoltosos, sem que haja qualquer mudança de conduta social, seja dos ouvintes seja dos locutores. A retórica nos domina. Estamos por ela apaixonados. E o pior: eles sabem disso.
Um exemplo clássico dessa situação está exposta no jornal Gazeta de Alagoas, edição de hoje. O Ministro da Justiça Eduardo Cardozo afirma que Alagoas precisa tratar da impunidade. Deve seguir o exemplo de Pernambuco. Como ajuda, enviou auxílio da Força Nacional de Segurança.
Essa história é velha e conhecida. Por quantas vezes a saudosa FNS desembarcou em terras alagoanas? e quais foram os seus resultados?
Mas, temos opção. Podemos copiar o exemplo de Pernambuco e plim........ Acabou-se a violência.
Gostaria de perguntar ao Ministro o que ele entende por impunidade? Será que ele se preocupou em conhecer a realidade de Alagoas antes de nos dar alguns conselhos? O Estado de Alagoas tem hoje folêgo financeiro par abrir uma "guerra" contra a violência? Em que moldes se daria esta "guerra"? Combantendo traficantes de um kilo? o crack é o único culpado? E o ostracismo que este Estado foi empurrado desde sempre pelos mesmos que mandam e desmandam desde que o mundo é mundo. Estes serão enfrentados? Serão à eles imputados sua imensa parcela de culpa? Ou eles viverão IMPUNIMENTE em suas babilônicas fazendas compradas em prejuízo da sociedade hoje assolada pela violência, que, por triste sina do destino, hoje se "combate"?
Perguntas temos aos montes. Respostas, sempre evasivas. Embasadas na retórica e não na ação.
Nada muda. Nem o discurso.

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